Aos
pais e educadores
Diante da criança teimosa, a primeira coisa que devemos nos perguntar
é: porque ela está tendo esse comportamento? O que ela está tentando comunicar?
Qual é a mensagem que ela está tentando passar e nós não estamos
entendendo?Pode ser que ela queira atenção (ou um tipo de atenção diferente da
que estamos habituados a dar). Pode ser que ela precise de alguma coisa (não
exatamente aquela que parece ser o motivo da teimosia ou da birra). Pode ser
que ela esteja com fome ou com sono (Isso é muito comum até os seis anos de
idade). E pode ser um monte de coisas que só vamos descobrir se prestarmos
atenção ao que ela faz e diz antes, durante e depois da “crise” de teimosia.
Porém, um ponto bastante importante é que essa teimosia precisa ser contida. Quanto
mais se cede a esses comportamentos indesejáveis, mais eles irão se repetir.
Brigar também não resolve muito. Afinal, se ela quer atenção, deixar o que você
estava fazendo e for brigar com ela dá à criança exatamente o que ela estava
pedindo. Porém, por um caminho muito inconveniente. Também não adianta bancar o
durão ou a durona um tempão e ceder no final. Agindo assim, você só está
“treinando” o seu filho para resistir ao limite e fazer birras cada vez mais
compridas e intensas. A lógica da criança (ainda que ela não pense assim tão
claramente) será a seguinte: “Eu tenho que brigar muito, porque assim vou vencê-lo
pelo cansaço e ele vai desistir ao final”. Outras dicas: não diga simplesmente
“não”, explique os motivos disso.
Experimente dizer: “Olha, eu sei que você está chateado com isso. Eu
compreendo que você ache isso chato (ou esteja cansado, ou com fome...) Eu
compreendo que você quer muito tal coisa, mas você não pode fazer isso (ou
comprar aquilo) por tais e tais motivos... Você precisa ter paciência”.
Como diziam nossos avós: “Angu de um dia não engorda o cachorro”. Para
educar é preciso rotina, treino... Crianças precisam de repetição. Lembre-se: a
birra é uma reação de desespero à insatisfação e à frustração, nenhuma criança
“morre disso”, muito menos fica “traumatizada” ou “aguada” como diziam os
antigos. Por incrível que possa parecer, se nós não dermos limites às crianças,
elas se sentem abandonadas. Amar também é conter, dar limites. As crianças não
são tolas, elas percebem e sentem falta disso.
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